devagar no elevador
suave no toque lento
da tua voz suave
devagar nas escadas
calmas no eco lento
dos teus dedos calmos
subimos a torre eiffel
subimos e encontramo-nos
na certeza
paris espraia-se no mundo
todo vive cresce estende-se
na superfície toda do mundo
que vive e corre nas ruas
nas estradas debaixo de
nós dentro das nossas veias
no nosso coração a bombear
luz e paris na noite tão
distante
subimos
devagar uma brisa
nos teus cabelos nas minhas mãos
devagar uma brisa
na tua pele nas minhas mãos
subimos
paris é a sombra imensa
de nós
o marulhar do teu
silêncio no corpo maciço
do sena
o crescer do teu
abraço de mãe no morno
do peito
e
silêncio
e
a brisa do teu
olhar a brisa que
passa que passa que
fica no puro de ti
a tua brisa de pedra
o sopro suave de pedra
no sacré-coeur de luz
na notre dame de água
o sopro o tudo que
tornas sempre para sempre
e
silêncio
e
uma tela de
manhã no louvre
do teu sorriso
[Textos: José Luís Peixoto]