Dizias-te tão feliz,
Gritavas ao mundo que um dia ainda voltavas a ser o mesmo
E a vida te voltou a empurrar,
Fez com que voltasses uns passos mais atrás e uns degraus abaixo.
Depois perguntam o porque da tua amargura,
O porque da tua solidão.
É que ninguém percebe a tua escuridão,
A tua dor no vazio,
O não poder a sobrepor-se ao querer.
Ninguém compreende a alma de quem as cores não pode ver, nem o rosto distinguir ser tocar,
Só tu sabes quanto vale o que Deus decidiu te tirar desde cedo.
Caminhas sozinho neste que é teu destino…
Querendo contorna-lo acabas por amaldiçoa-lo.
Quem me dera te dar os meus…
Sempre ia a tempo de aprender o que te faltou por aprender.
Quem me dera te dar a luz, a cor, a forma...
Quem me dera te trazer de volta…
No fundo sei que já não voltas, que não és o mesmo e nunca mais o serás…
Mudou o mundo, mas tu mudaste com ele e já não o consegues perceber…
Com um nó na garganta e as lágrimas a ameaçar…
É isto que posso te dar, é isto que te deixo:
Te Amo Pai.
Te Amo Pai.